1.INTRODUÇÃO
Atualmente com o aumento populacional e desenvolvimento tecnológico, há uma maior demanda e necessidade de garantir energia a toda população. Para isso, há inúmeras formas de se produzir energia, de diferentes fontes, sendo divididas entre fontes de energia renováveis e não renováveis.
As fontes de energia renováveis são aquelas que sempre estarão disponíveis na natureza, ou seja, se renovam a todo o momento, a exemplo da energia solar, energia eólica, energia hídrica, proveniente da ação de águas acumuladas em reservatórios e das marés, entre outros. Essas fontes de energia são caracterizadas, ainda, pelo baixo impacto ambiental, conhecidas como fontes de energia limpa.
As fontes de energia não-renováveis são as fontes provenientes de recursos limitados na natureza, ou seja, recursos que não se renovam com o tempo, com suas reservas se esgotando ao longo do tempo, a exemplo do carvão mineral e petróleo. Nos dias atuais essas fontes de energia caracterizam a matriz energética mundial, sendo as principais fontes da produção energia do mundo, mas para gerar energia por meio delas é necessário a queima de combustíveis, causando grandes impactos ambientais.
A fim de diminuir os impactos ambientais do cenário mundial, as fontes de energia não renováveis estão sendo substituídas pelas fontes de energia limpas. Essa principal troca de fontes possui como carro chefe o cenário de produção de energia elétrica, que se tornou cada vez mais essencial e necessária nas atividades cotidianas. A principal alternativa de energia, no âmbito mundial, é a energia hídrica, obtida em hidrelétricas.
Uma usina hidrelétrica funciona, de modo geral, por meio de uma barragem, que desvia o curso do corpo hídrico, criando um reservatório. A partir de adução, canais e túneis a água presente no reservatório é transportada para as turbinas, que giram gerando energia mecânica, sendo convertida em energia elétrica através de um gerador elétrico. Após cumprir seu papel, a água utilizada sai por um canal de descarga e assim é devolvida ao curso da água.
Com a alta intensidade da eletricidade produzida nas usinas, antes de ser transmitida à população, ela passa por um transformador, que diminui sua intensidade e aumenta sua voltagem, podendo, assim, ser encaminhada aos canais de transmissão, mas antes de abastecer os ambientes domésticos e industriais, a energia é submetida novamente a um transformador que desta vez aumenta a intensidade de corrente e diminui a tensão até que se torne adequada a todos os usos.
No que tange ao cenário global, o Brasil é um dos principais países a se adequarem as fontes de energia renováveis no contexto de energia elétrica. No ano de 2021, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), as fontes de energia limpa foram responsáveis por 82,9% da energia elétrica do país, que em comparação ao mundo, cerca de apenas 28,6% da energia elétrica mundial foi produzida por fontes renováveis, naquele ano.
Figura 1: Relação entre fontes renováveis e não renováveis de produção de energia elétrica, do Brasil e do mundo.
Fonte: Empresa de Pesquisa Energética-Matriz Energética.
Dessa grande produção de energia elétrica por meio de fontes renováveis no Brasil, a fonte de maior responsabilidade por esta produção são as hidrelétricas atendendo cerca de 67% da energia produzida no país, enquanto em relação ao mundo as hidrelétricas são responsáveis por 16% de toda a eletricidade (Aneel, 2020).
2.DESENVOLVIMENTO
Em 1919, o político chinês Sun Yat-sen, conhecido nacionalmente como “pai da Nação”, propôs uma obra monumental que deveria mudar a história da China, uma barragem grandiosa no rio Yang-tsé, que teria como finalidade controlar as inundações e gerar eletricidade. Visto como utópico na época esta ideia ficou só no papel.
Porém, 25 anos depois, em 1944, John Savage, um norte americano especialista em usinas hidrelétricas, foi convidado para realizar um estudo de campo e verificar a possibilidade de realizar tal represa idealizada por Sun Yat-sem. O local verificado foi entre os três grandes desfiladeiros do rio Yang-tsé, conhecido como “três gargantas”.
Figura 2: Desfiladeiro das Três Gargantas.
Fonte: Equipe Celere-Grandes Obras.
Somente em 1992, com avanços tecnológicos e após muitos estudos e análises para a viabilidade da barragem, o governo chinês oficializou o projeto da construção da usina hidrelétrica.
Esta usina nasceu com três principais propósitos, gerar energia elétrica para 60 milhões de habitações, controlar as enchentes do rio Yang-tsé e melhorar a navegação. A preparação para início da construção durou dois anos e somente em 1994, começou a construção do que se tornaria a maior usina hidrelétrica do mundo.
2.1. CONSTRUÇÃO
Com 182 m de altura e 2,1 km de largura a usina de Três Gargantas, possui 405 km², sendo assim, considerada a maior usina hidrelétrica do mundo (Equipe Celere, 2022).
Sua inauguração foi em 2006, com 26 das 32 turbinas funcionando, produzindo 18.200 megawatts (MW). E, em dezembro de 2013, quase 20 anos após o começo das obras, as 32 turbinas começaram a funcionar, chegando a sua capacidade máxima, gerando 22.500 MW de energia (Equipe Celere, 2022).
O plano médio da geração de eletricidade desta usina é de cerca de 88 milhões de MWh.
Figura 3: Usina hidrelétrica de Três Gargantas.
Fonte: Iguiecologia- Hidrelétrica de Três Gargantas.
Para realizar a construção da hidrelétrica, foi necessário construir ensecadeiras de pedra que bloquearam o curso do rio, desta forma facilitando a continuidade da obra. Desse modo, ao final das obras as ensecadeiras foram removidas, mudando o curso do rio para a direção das turbinas localizadas na barragem.
Figura 4: Fase de construção da usina.
Fonte: Equipe Celere-Grandes Obras.
A construção do empreendimento contou com a participação de 40.000 trabalhadores custando, aproximadamente, 28 bilhões de dólares. O projeto utilizou 16 milhões de m³ de concreto e conta com uma capacidade de armazenamento de, aproximadamente 40 km³ de água.
2.2. IMPACTOS AMBIENTAIS
Apesar de ser caracterizada como uma mega construção, a realização deste projeto não foi muito bem aceita pelos outros países, devido aos grandes impactos ambientais que essa obra poderia gerar.
Para que fosse construída a usina, mais de 100 cidades foram submersas, causando o deslocamento de mais de 1,3 milhões de pessoas. Com o processo de reassentamento, grande parte do solo foi danificado, causando erosões, deixando, assim, inviável para a produção agrícola na região.
Além disso, especialistas temem que a represa criada para a navegação de grandes navios sobrecarregue o rio que possui um ritmo menor de escoamento da água para o oceano, podendo transformar o rio em um oceano a céu aberto.
Para minimizar esses impactos o governo chinês garante que serão gastos anualmente 1.200 milhões de dólares para prevenção da poluição do rio e 2.500 milhões de dólares para limpar as águas do rio.
2.3. ITAIPU VERSUS TRÊS GARGANTAS
A usina binacional de Itaipu, localizada na divisa entre o Paraguai e o Brasil, sempre foi a mais dominante no contexto de geração de energia elétrica, gerando cerca de 8,7% de toda energia do Brasil e 86,4% de toda energia no Paraguai (Governo Federal, 2022).
A Itaipu possui 20 geradores com 14.000 MW de potência, enquanto sua rival com 32 geradores e 22.500 MW de potência. O ideal da Itaipu é gerar em média 75 milhões de MWh por ano, já as Três Gargantas 88 milhões de MWh por ano (Equipe Celere, 2022).
A Itaipu chegou à incrível marca de 2,77 bilhões de MWh acumulada desde sua operação, líder mundial nesse quesito, com sua melhor marca no ano de 2016, com 103.098 GWh produzidos. Entretanto, no ano de 2020, as Três Gargantas atingiu a produção 111,8 milhões de MWh, recorde mundial de produção de uma hidrelétrica (Equipe Celere, 2022).
Segundo o Governo Federal (2019), a Itaipu, acumula cerca de 2,77 bilhões de MWh produzidos, energia suficiente para iluminar o mundo inteiro por 42 dias, já a Três Gargantas, naquela época, acumulava 1,2 bilhão de MWh, menos da metade da Itaipu.
Portanto, a gigante Itaipu ainda é a maior produtora de energia limpa renovável no mundo, atendendo, ainda, dois países, já as Três Gargantas, é a maior usina hidrelétrica do mundo e detentora do recorde mundial de produção de uma hidrelétrica.
Figura 5: Usina hidrelétrica de Itaipu.
Fonte: Projeto Colabora-Itaipu Binacional.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A construção da maior usina hidrelétrica do mundo foi um grande desafio para a construção civil, custando 28 bilhões de dólares, a usina de Três Gargantas, localizada em Sandouping, na China, possui 182 m de altura e 2,1 km de largura e produz uma média de 88 milhões de MWh.
Sua construção não foi muito aceita por outros países, já que contou com grandes impactos ambientais, porém o governo chinês garante o investimento de, aproximadamente, 3.700 milhões de dólares por ano para diminuir os impactos que esta usina causou.
Por fim, vale ressaltar, que apesar de ser atualmente a maior usina hidrelétrica do mundo, Três Gargantas, ainda não é detentora do título de maior produtora de energia, perdendo, ainda, para a usina de Itaipu, localizada na divisa entre Brasil e Paraguai, a qual conta com mais de 2,77 bilhões de MWh produzidos.
4. REFERÊNCIAS
[1] EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. MATRIZ ENERGÉTICA. Disponível em: <https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica>.
[2] Energia Renovável: O que é, Quais São e Vantagens. Disponível em: <https://www.portalsolar.com.br/energia-renovavel>.
[3] Usina hidrelétrica. Disponível em:<https://www.enelgreenpower.com/pt/learning-hub/energias-renoveveis/energia-hidraulica/usina-hidreletrica>.
[4] Hidrelétrica das Três Gargantas: história, desafios e curiosidades. Disponível em: <https://celere-ce.com.br/grandes-obras/hidreletrica-das-tres-gargantas/>.
[5] Geração | ITAIPU BINACIONAL. Disponível em: <https://www.itaipu.gov.br/energia/geracao>.
[6] Gigantes: Usina de Itaipu e de Três Gargantas, na China, acumulam dois recordes históricos | ITAIPU BINACIONAL. Disponível em: <https://www.itaipu.gov.br/sala-de-imprensa/noticia/gigantes-usina-de-itaipu-e-de-tres-gargantas-na-china-acumulam-dois-recorde>. [7] China inaugura a maior hidrelétrica do mundo. Disponível em: <http://www.iq.ufrgs.br/aeq/energos/Hemeroteca/hidrica/Hidrica_3.htm>.





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