Figura 1: Fotografia do Canal do Panamá
Fonte: MasConteiner

O Canal do Panamá (Figura 1) é um canal interoceânico artificial, considerado uma das Sete Maravilhas da Engenharia e a rota marítima mais movimentada do mundo.  Possui 77,1 quilômetros de extensão e recebe cerca de 40 navios por dia de 160 países, uma vez que tem o papel crucial na economia mundial por reduzir o tempo de viagem das cargas entre os oceanos Pacífico e Atlântico, evitando contornar as turbulentas águas do Pacífico ao sul de Chile e Argentina. O tempo de viagem para contornar a América do Sul é de aproximadamente 4 semanas enquanto a travessia desse canal é de apenas 15 horas, como ilustra a Figura 2.

Figura 2: Ilustração da rota do Canal do Panamá
Fonte: Inova Civil

Como ele foi construído?

Alguns trechos do território chegam a 26 metros acima do nível do mar. Para que os navios pudessem atravessar era necessário elevá-los a uma altura de 26 metros e baixá-los novamente até que chegassem ao nível do mar do outro lado da travessia. Para resolver esse problema, os engenheiros responsáveis criaram um sistema de eclusa, que funciona por meio de um conjunto de comportas que permitem a navegação por canais com diferentes altitudes.

O Funcionamento das eclusas

É um processo que consiste em: a primeira porta da eclusa se abre para que o navio possa entrar, quando o navio entra, a porta se fecha. Então a primeira comporta começa a se encher de água até que chegue ao mesmo nível da próxima comporta. Quando a água da primeira se encontra com nível igual ao da próxima, a porta da frente se abre e o navio segue para a seguinte. Após isso, os níveis de água se igualam novamente, dessa vez com a terceira comporta.

Esse processo se repete até que o navio chegue na mesma altitude do lago artificial Gatún e siga seu trajeto até chegar ao outro lado da travessia. O navio passará novamente por esse processo, mas o nível de água nas comportas vai diminuir de uma para outra baixando o navio até que ele volte ao nível do mar.

Figura 3: Ilustração do funcionamento do Canal do Panamá
Fonte: Civilização Engenheira

As eclusas funcionam sem necessidade de bombas, pois usam apenas válvulas que abrem quando a comportas precisam ser cheias e a força da gravidade transporta a água para a próxima.

O projeto criado pelo engenheiro francês Ferdinand de Lesseps, consistia basicamente em fazer um canal ao nível do mar. Na prática, houve algumas complicações para o funcionamento do Canal, como controlar o curso do Rio Chagres que produzia correntes muito fortes e interceptava o curso do canal, portanto seria necessário drená-lo completamente.

Algum tempo depois, o engenheiro John Stevens de uma empresa dos Estados Unidos assumiu a responsabilidade e resolveu esses problemas. Ele decidiu adotar o sistema de eclusas do Rio Chagres e construiu a barragem em Gatún, formando assim o Lago Gatún situado a, 26 metros acima do nível do mar. Com essa barragem a corrente do rio foi controlada, criou-se uma via aquática que iria cobrir cerca de um terço do trajeto, além de fornecer água e energia necessária para o funcionamento das eclusas, como ilustra a Figura 4.

Figura 4: Ilustração do Lago de Gatún e Rio Chagres
Fonte: Inova Civil

A falha de Gaillard

A passagem Gaillard é a parte mais estreita do canal depois das eclusas, de travessia extremamente complicada. A escavação dessa passagem tomou dimensões gigantescas, já que o volume de material a ser retirado foi quatro vezes maior do que foi planejado. Durante a escavação foram utilizado mais de 80 mil trabalhadores em condições perigosas devido aos desabamentos. Esse foi considerado o maior projeto de escavação da história.

Figura 5: Fotografia da falha de Gaillard, 1913
Fonte: Inova Civil

O Plano de ampliação

Quando o canal do Panamá começou a ser construído em 1882, jamais foi imaginado que as embarcações poderiam ser grandes o suficiente para não conseguir passar pelo canal. Porém, à medida que o comércio e a tecnologia foi crescendo as embarcações ficaram cada vez maiores e continuam evoluindo. Para que o canal não se tornasse obsoleto e pudesse acompanhar esse desenvolvimento era necessário a sua ampliação. Por causa disso, o canal está em processo de expansão e será alargado, com dragas e perfuradoras em uma das maiores obras geotécnicas. Essa grande obra aumentará a largura e a profundidade do canal para que ele se torne navegável para as futuras gerações de navios cargueiros. Além disso, estão sendo adicionadas novas eclusas com capacidade de elevar navios com três vezes mais cargas que as eclusas atuais, com isso o canal irá atender à nova demanda mundial e poderá diminuir os preços de mercadorias por todo o mundo.

Curiosidades sobre o Canal do Panamá

– Na época da construção, o Panamá passava por um surto de malária e febre amarela. A ciência ainda não tinha conhecimento de que essas doenças eram transmitidas por mosquitos. Cerca de 30 mil trabalhadores morreram infectados por essas doenças.

– As obras foram iniciadas pelos franceses, mas não terminadas por eles. Vários problemas de logística, engenharia e doenças que vitimaram trabalhadores fizeram com que por alguns anos a construção fosse interrompida.

– Em 1904, os Estados Unidos assumiram a construção, o que levou impressionantes 33 anos para ser construída, sendo inaugurado em 1914. 

– O preço estimado para a utilização do canal é de U$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil dólares) por travessia.

– O número de navios que atravessa o estreito do Panamá por ano passou de 1.000 em 1914 para 14.000 em 2014.

Referências

https://www.blogdolauriberto.com/2018/08/canal-do-panama-maravilha-da-engenharia.html

https://civilizacaoengenheira.wordpress.com/2015/03/03/canal-do-panama/

https://www.inovacivil.com.br/tudo-sobre-canal-do-panama/

https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/canal-panama.htm

https://www.bol.uol.com.br/listas/curiosidades-sobre-o-canal-do-panama-que-une-dois-grandes-oceanos.htm

A importância do Canal do Panamá para o comércio global

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